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Lucro Real: O Que É, Como Funciona e Vantagens do Regime Tributário

 

O Lucro Real é um dos principais regimes de tributação no Brasil e pode trazer benefícios estratégicos para empresas que buscam maior controle fiscal. Saber como funciona o Lucro Real, suas vantagens, desvantagens e as obrigações exigidas pode ajudar sua empresa a tomar decisões mais assertivas e otimizar a carga tributária. Neste artigo, explicamos de forma clara tudo o que você precisa saber sobre o Lucro Real, quem deve optar por ele e quando ele é obrigatório.

O que é Lucro Real?

Lucro Real é um regime tributário aplicado a empresas no Brasil, que se baseia no lucro efetivamente obtido, ou seja, no lucro contábil. Neste sistema, o cálculo do IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) é feito sobre o lucro líquido da empresa, considerando todas as receitas e despesas permitidas pela legislação. Portanto, é essencial que a empresa tenha uma contabilidade rigorosa para determinar corretamente seu lucro e, consequentemente, os tributos a pagar.

O regime de Lucro Real é obrigatório para companhias que possuem um faturamento anual superior a R$ 78 milhões, além de setores específicos, como instituições financeiras e empresas que recebem investimentos estrangeiros. Contudo, empresas menores podem optar por esse regime quando ele se mostra mais vantajoso, especialmente em caso de margens de lucro reduzidas.

Uma das principais vantagens do Lucro Real é a possibilidade de compensar prejuízos fiscais em anos anteriores, permitindo que empresas que tiveram lucros em períodos subsequentes paguem menos impostos. Além disso, esse regime oferece a vantagem de utilização de créditos de PIS e COFINS e tem uma maior flexibilidade quanto à apuração de receitas e despesas, já que permite o uso de diferentes ajustes, como as provisões.

Porém, a adesão ao Lucro Real também exige uma contabilidade mais complexa e detalhada, o que pode demandar mais tempo e recursos para a empresa. Assim, é fundamental que o contador da empresa esteja bem informado sobre as normas fiscais e as melhores práticas para garantir que todas as obrigações sejam cumpridas corretamente.

Principais características do Lucro Real

O Lucro Real é um regime tributário que possui algumas características principais que o diferenciam de outros sistemas, como o Lucro Presumido. Entre essas características estão:

Essas características tornam o Lucro Real um regime mais complexo, mas também mais benéfico para empresas que têm várias despesas que podem ser deduzidas, permitindo uma tributação mais justa.

Como funciona o cálculo do Lucro Real

O cálculo do Lucro Real é baseado no lucro efetivo apurado pela empresa, o que significa que deve considerar todas as receitas e deduzir as despesas operacionais e outras deduções permitidas pela legislação. Esse regime tributário é utilizado principalmente por empresas que possuem um faturamento anual superior a R$78 milhões, além de ser obrigatório para instituições financeiras e algumas companhias que recebem investimentos estrangeiros.

O processo de cálculo do Lucro Real começa pela apuração do lucro líquido, que é obtido a partir do lucro contábil. Para isso, a empresa deve seguir algumas etapas:

Além disso, o Lucro Real oferece vantagens, como a possibilidade de utilizar créditos de PIS e COFINS, proporcionando um alívio na carga tributária.

Contudo, é importante ressaltar que, devido à complexidade do regime, as empresas precisam de uma contabilidade rigorosa, com registros detalhados das operações, para evitar autuações pela Receita Federal.

Vantagens de optar pelo Lucro Real

Optar pelo Lucro Real traz diversas vantagens para as empresas, especialmente aquelas que possuem muitas despesas dedutíveis. Um dos principais benefícios é a compensação de prejuízos fiscais das receitas futuras. Isso significa que, se a empresa teve prejuízos em anos anteriores, pode usar esse valor para diminuir o lucro tributável nos anos seguintes, reduzindo assim a carga tributária.

Outra vantagem importante do Lucro Real é a possibilidade de deduzir despesas operacionais, como custos com aluguel, salários, e insumos. Essas deduções permitem que a empresa pague impostos apenas sobre o lucro efetivamente apurado, e não sobre uma estimativa, o que pode resultar em um valor menor a ser pago.

Além disso, o regime possibilita a utilização de créditos de PIS e COFINS, que podem ser usados para abater os impostos devidos. Isso é especialmente vantajoso para empresas que compram muitos insumos para a produção.

O Lucro Real também oferece maior flexibilidade na apuração do lucro, já que as empresas podem escolher entre realizar a apuração de forma trimestral ou anual, conforme sua necessidade financeira e planejamento.

Por último, embora o Lucro Real exija uma contabilidade mais rigorosa, essa complexidade melhora o controle financeiro da empresa, ajudando na tomada de decisões.

Desvantagens e desafios do regime Lucro Real

Apesar das vantagens do Lucro Real, este regime também apresenta algumas desvantagens e desafios que as empresas devem estar cientes. Uma das principais dificuldades é a complexidade no cálculo. A necessidade de manter uma contabilidade detalhada e precisa pode exigir muitos recursos, incluindo tempo e mão de obra qualificada. Isso pode ser um desafio significativo, especialmente para pequenas empresas que não dispõem de uma equipe contábil robusta.

Outra desvantagem é a obrigatoriedade de entrega de declarações e documentos à Receita Federal. As empresas que optam pelo Lucro Real devem enviar declarações periódicas e elaboradas, como a ECF (Escrituração Contábil Fiscal), o que pode ser um processo burocrático e demorado.

Além disso, o regime pode resultar em uma carga tributária mais alta se a empresa não tiver muitas despesas dedutíveis ou se o lucro efetivo for substancial. Isso pode levar a uma situação em que empresas com margens de lucro baixas acabam pagando mais impostos do que sob outros regimes, como o Lucro Presumido.

Por fim, é importante ressaltar que erros no cálculo do Lucro Real podem resultar em autuações e multas por parte da Receita Federal. Portanto, a manutenção de uma contabilidade adequada e a consultoria de profissionais qualificados são essenciais para evitar problemas fiscais.

Quando o Lucro Real é obrigatório?

O Lucro Real é obrigatório para algumas empresas no Brasil, especialmente aquelas que ultrapassam certos critérios de faturamento e se enquadram em determinadas atividades. As situações em que o regime é compulsório incluem:

Além disso, empresas que se enquadram em atividades como prestação de serviços de saúde, transportes e telecomunicações também costumam ser obrigadas a utilizar este regime. Portanto, é essencial que as empresas avaliem sua situação financeira e contábil para determinar a melhor opção tributária.

Diferenças entre Lucro Real e Lucro Presumido

As principais diferenças entre o Lucro Real e o Lucro Presumido vêm da forma como os impostos são calculados e quais empresas podem optar por cada regime. O Lucro Real é um regime que calcula os impostos com base no lucro líquido efetivo da empresa, ou seja, a receita total menos as despesas operacionais e outras deduções permitidas. Isso significa que as empresas podem ter uma carga tributária menor se suas despesas forem altas e seus lucros, baixos.

Por outro lado, o Lucro Presumido é uma forma simplificada de tributação onde se presume que a empresa tem uma margem de lucro específica, que varia de acordo com a atividade, e os impostos são calculados sobre essa margem. Esse regime é geralmente mais fácil de gerenciar, pois não exige controle detalhado de todas as receitas e despesas. É ideal para empresas que não têm muitas deduções a declarar.

Outra diferença importante é que o Lucro Real é obrigatório para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões e para setores específicos, como instituições financeiras e operações em moeda estrangeira. Em contraste, o Lucro Presumido pode ser escolhido por empresas que não ultrapassam esse limite de faturamento.

Além disso, as obrigações acessórias também variam. As empresas que optam pelo Lucro Real precisam apresentar uma contabilidade mais rigorosa e enviar uma série de declarações, como a ECF (Escrituração Contábil Fiscal). Já o Lucro Presumido tem uma burocracia menor, facilitando a vida do empresário.

Documentação necessária para Lucro Real

Documentação necessária para Lucro Real

Para as empresas que optam pelo regime de Lucro Real, é essencial manter uma documentação contábil rigorosa para garantir a correta apuração dos impostos e atender à legislação. Entre os principais documentos necessários, destacam-se:

É essencial que as empresas que se enquadram no regime Lucro Real realizem um controle financeiro adequado e busquem orientação contábil para garantir que todos os documentos necessários estejam em conformidade com as exigências legais.

Como fazer a apuração do Lucro Real

Para fazer a apuração do Lucro Real, é necessário seguir algumas etapas importantes que garantem que a empresa esteja em conformidade com a legislação tributária brasileira. A apuração deve ser feita com base no lucro líquido da empresa, que é calculado da seguinte forma:

  1. Registro das Receitas e Despesas: É fundamental que todas as receitas e despesas sejam adequadamente registradas nos livros contábeis da empresa. Isso inclui a emissão de notas fiscais para todas as vendas e serviços prestados, assim como o recebimento e arquivamento de todos os comprovantes de despesas.
  2. Cálculo do Lucro Líquido: O lucro líquido é obtido subtraindo as despesas operacionais e outras deduções permitidas da receita bruta. Isso deve incluir todas as despesas que são legalmente dedutíveis, como salários, impostos, aluguel e outras operações comerciais.
  3. Ajustes Necessários: É importante realizar ajustes no lucro líquido, conforme previsto na legislação tributária. Por exemplo, adições e exclusões de itens que não são aceitos para fins fiscais, como despesas pessoais ou doações não dedutíveis.
  4. Apuração do IRPJ e CSLL: O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) é calculado sobre o lucro real apurado, sendo a alíquota de 15% sobre o lucro e um adicional de 10% para lucros que excedem R$ 20.000,00 mensais. Já a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) possui alíquota de 9%. É necessário aplicar essas alíquotas ao lucro líquido ajustado para determinar o valor a ser pago.
  5. Declarações e Obrigações Acessórias: As empresas que optam pelo Lucro Real devem entregar periodicamente a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) e outras declarações exigidas pela Receita Federal. Essas obrigações acessórias garantem que a empresa mantenha sua contabilidade em ordem e cumpra com as exigências legais.
  6. Revisão e Armazenamento de Documentos: É essencial que todos os documentos relacionados à apuração do Lucro Real sejam revisados e armazenados, pois poderão ser requeridos em eventuais auditorias ou fiscalizações pela Receita Federal. Isso inclui livros contábeis, notas fiscais e comprovantes de despesas.

Seguir essas etapas de forma rigorosa não apenas assegura que a empresa esteja em conformidade com a legislação, mas também pode resultar em uma carga tributária mais justa e adequada à realidade financeira do negócio. Portanto, contar com o apoio de um contador experiente é altamente recomendável ao trabalhar com o regime do Lucro Real.

Erros comuns ao escolher o Lucro Real

Ao optar pelo regime de Lucro Real, as empresas podem cometer alguns erros comuns que podem impactar negativamente sua situação fiscal e financeira. Aqui estão os principais erros a serem evitados:

Portanto, é essencial que as empresas que optam pelo regime de Lucro Real sejam diligentes na gestão de suas obrigações contábeis e tributárias para evitar complicações futuras.

Dicas para migrar para o Lucro Real sem dor de cabeça

Dicas para Migrar para o Lucro Real sem Dor de Cabeça
Migrar para o regime do Lucro Real pode parecer um desafio, mas com algumas dicas importantes você pode tornar esse processo mais tranquilo.
1. Planeje com Antecedência: Antes de realizar a migração, faça um planejamento detalhado das etapas que você precisará seguir. Isso inclui a análise das receitas e despesas, assim como a escolha de um contador que tenha experiência com o Lucro Real.
2. Organize sua Documentação: Mantenha todos os documentos contábeis e fiscais organizados. Assegure-se de que todos os recibos e notas fiscais estejam arquivados corretamente, pois isso facilitará a apuração do Lucro Real.
3. Capacitação e Treinamento: Invista na capacitação da sua equipe. Entender como funciona a apuração e as regras do Lucro Real pode evitar muitos erros. Realize treinamentos regulares sobre as melhores práticas contábeis.
4. Utilize Software de Contabilidade: Considere utilizar um software de contabilidade que seja compatível com a apuração do Lucro Real. Isso pode aumentar a eficiência e a precisão na gestão de dados financeiros.
5. Consulte um Especialista: Contar com um contador ou consultor especializado é fundamental. Eles podem oferecer orientações valiosas e ajudar a evitar armadilhas comuns, garantindo que a sua empresa cumpra todos os requisitos legais.
6. Revise Periodicamente: Após a migração, revise regularmente seus processos e apurações no Lucro Real. Isso ajuda a identificar possíveis correções e a otimizar sua carga tributária.
Seguindo essas orientações, é possível migrar para o regime do Lucro Real de forma mais tranquila e eficiente, evitando dores de cabeça no processo.

Lucro Real na prática: exemplos e situações reais

Exemplos práticos do Lucro Real
O regime de Lucro Real é utilizado por muitas empresas que desejam se beneficiar de deduções fiscais e uma forma mais precisa de calcular os impostos. Vamos analisar algumas situações reais:

Exemplo 1: Comércio Varejista
Uma rede de lojas de roupas optou pelo regime de Lucro Real. Em um ano, a empresa faturou R$ 1 milhão e teve despesas totais de R$ 800 mil. Ao calcular seu lucro real, ela subtraiu suas despesas do faturamento, resultando em um lucro tributável de R$ 200 mil. Nesse caso, a empresa poderá deduzir despesas como aluguel, folha de pagamento e encargos sociais, reduzindo sua carga tributária.

Exemplo 2: Indústria
Uma fábrica de móveis também optou pelo Lucro Real. Seu faturamento anual foi de R$ 5 milhões e, após contabilizar todas as despesas operacionais, o lucro foi de R$ 1 milhão. A empresa investiu em maquinário e pode deduzir esses investimentos, o que diminuirá ainda mais o lucro tributável, resultando em um pagamento de impostos reduzido.

Exemplo 3: Serviço de Consultoria
Um escritório de consultoria que faturou R$ 500 mil em um ano optou por Lucro Real. As despesas com energia, internet e salários dos funcionários foram de R$ 350 mil. Assim, o lucro real da consultoria foi de R$ 150 mil. A empresa, ao ter um lucro menor, pagará menos impostos comparando-se a um regime de Lucro Presumido onde a base de cálculo seria presumida, resultando em um imposto maior.

Esses exemplos demonstram como o regime de Lucro Real pode ser vantajoso para empresas com despesas elevadas, permitindo deduzir custos e, assim, diminuir a carga tributária total. As empresas devem sempre manter uma contabilidade organizada e assessorar-se com profissionais qualificados para explorar ao máximo as vantagens desse regime.

Caso você esteja pensando em optar pelo Lucro Real como o regime tributário da sua empresa, fale agora mesmo com o nosso time de especialistas, eles estão preparados para atender você.

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