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Código de Imóvel Brasileiro (CIB) e o uso de Inteligência Artificial na fiscalização: Pessoas físicas e jurídicas na mira da Receita Federal
A Receita Federal está se preparando para um novo salto tecnológico no controle do patrimônio imobiliário no Brasil. Com a chegada do Código de Imóvel Brasileiro (CIB) — um identificador único e padronizado para cada imóvel do país — o Fisco poderá integrar bases de dados nacionais e cruzar informações com ferramentas de inteligência artificial (IA), otimizando a detecção de irregularidades.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas serão impactadas diretamente. A omissão de aluguéis, subavaliação de bens e inconsistências entre registros serão alvos mais fáceis de identificação — e de autuação.
O que é o Código de Imóvel Brasileiro?
O CIB será um número único atribuído a cada imóvel urbano ou rural no país. A ideia é consolidar diferentes bases cadastrais (cartórios, prefeituras, INCRA, IBGE e Receita) em um sistema único, padronizado e acessível.
Com isso, será possível:
Localizar e identificar um imóvel com precisão nacional
Acompanhar sua titularidade e transações ao longo do tempo
Cruzar dados fiscais e patrimoniais automaticamente
Como a Receita vai usar a Inteligência Artificial?
A grande virada está no uso da IA, que permitirá o cruzamento inteligente de dados para identificar:
Divergência entre valor de mercado e valor declarado de compra ou venda
Omissão de aluguéis
Incompatibilidade entre patrimônio e renda declarada
Uso de terceiros para ocultar bens (os chamados “laranjas”)
Irregularidades em holdings e empresas patrimoniais
A IA usará dados de movimentações bancárias, registros de cartórios, dados de consumo (água, luz), localização de dispositivos, entre outros, para detectar padrões suspeitos com muito mais rapidez.
Pessoas Físicas: Quais riscos e autuações podem ocorrer?
Para quem declara como pessoa física, o uso da IA e do CIB permite à Receita identificar situações como:
1. Aluguéis não declarados
A IA poderá cruzar:
Endereço de residência declarado por um inquilino com o nome do proprietário do imóvel
Transferências mensais entre locador e locatário
Dados de consumo (água, luz, internet) que confirmem a ocupação do imóvel
➡️ Resultado: se houver recebimento de aluguel não declarado no IR, o contribuinte poderá ser autuado e pagar imposto com multa e juros.
2. Compra ou venda subfaturada
Transações de imóveis com valores muito abaixo dos praticados no mercado local serão rastreadas. A Receita pode cobrar a diferença no ganho de capital.
3. Patrimônio incompatível com a renda
Proprietários de imóveis de alto valor com baixa renda declarada poderão ser investigados por evasão fiscal ou lavagem de dinheiro.
Pessoas Jurídicas: Quais riscos e autuações podem ocorrer?
As empresas — especialmente holdings patrimoniais e administradoras de imóveis — também estão no radar. Situações comuns que podem gerar autuação:
1. Receita de aluguel não declarada
A IA poderá rastrear movimentações financeiras regulares, contratos não registrados, e inconsistências com os dados dos inquilinos.
2. Planejamento tributário irregular
Operações de compra e venda entre sócios ou com empresas vinculadas com valores manipulados ou sem propósito econômico claro.
3. Imóveis como fachada
Empresas que possuem imóveis, mas não demonstram receitas ou não operam, podem ser investigadas por ocultação patrimonial.
Como sua empresa (ou você) pode se preparar?
✔️ Regularize seus imóveis junto aos cartórios, prefeitura e INCRA
✔️ Declare corretamente receitas de aluguel
✔️ Reavalie planejamentos patrimoniais
✔️ Atualize seu IR com base na realidade dos bens e rendas
Conclusão
Com o CIB e a inteligência artificial, a Receita Federal terá um poder de fiscalização inédito. Tanto pessoas físicas quanto jurídicas precisam se antecipar e manter suas informações patrimoniais e fiscais em dia.
A omissão de rendimentos e a manipulação de dados sobre imóveis será cada vez mais arriscada — e o custo da autuação, alto.
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